Confirmado caso de calazar humano, em criança de 3 anos, em Conceição


Um menino de 3 anos, que é filho de Josefa Soares dos Santos, residente no sítio Brito, zona rural da cidade de Conceição, foi diagnosticado e está cometido de Leishmaniose visceral, calazar humano.

A criança deu entrada no hospital Caçula Leite, na cidade de Conceição, na última terça-feira(10), onde ficou internada, sob a recomendação de uma médica de plantão, que informava que ela estava acometida de dengue. No entanto, o seu quadro de saúde se agravou e ela teve que ser transferida, com urgência, para o hospital Infantil Noaldo Leite, da cidade de Patos. 


O caso só foi descoberto depois que os médicos de plantão solicitaram os exames laboratoriais da criança.


Criança ficou três dias internada no hospital Caçula Leite até ser transferida para o Hospital Infantil Noaldo Leite, em Patos

De acordo com a enfermeira de plantão no hospital Infantil de Patos, Ivonalda Costa, que falou com a reportagem do portal Vale do Piancó Notícias, tanto no primeiro exame, ‘Teste Rápido’, feito através de reagente, quanto no segundo, ‘Sorologia do Calazar’, ficou diagnosticado que a criança estava acometida pelo calazar.

O diagnóstico para a Leishmaniose Visceral baseia-se, principalmente, de dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais, sendo que estes dois últimos são mais específicos para determinar casos individuais.

Ainda de acordo com e enfermeira Ivonalda Costa, a Secretaria de Saúde do município de Conceição será notificada do caso e deverá fazer todos os procedimentos necessários. Para evitar o surgimento de novos casos a secretaria deverá formar mutirões para combater a doença em todos os setores do município, tanto na zona urbana, quanto na zona rural.
A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.

Recentemente, o portal Vale do Piancó Notícias veiculou uma matéria, alertando sobre a possibilidade de cães estarem acometidos pelo calazar no município. de Conceição A matéria foi veementemente criticada, durante um programa jornalístico em uma emissora local, comandado por um radialista da cidade.

O caso em tela confirma o conteúdo da matéria, que teve como fito principal, orientar a Secretaria de Saúde do município, para que as medidas de prevenção fossem adotados, evitando assim que a população fosse acometida pela doença.

Ainda de acordo com a enfermeira de Plantão, no Hospital infantil de Patos, a criança deverá ficar cerca de 21 dias internadas, onde receberá tratamento intensivo para a cura da doença.

Em ambientes domésticos, o mosquito pode acumular ovos nos quintais, onde há fezes de cães. Ele também se propaga onde há área úmida e/ou onde há acúmulo de material em decomposição(cascas de frutas, folhas e árvores), ‘As áreas devem ser limpas duas vezes por semana, para evitar focos”, segundo um médico com quem a reportagem teve contato telefônico.

Pesquisa com Dr. Drauzio Varella

Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi.
Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem.
A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.
Na maioria dos casos, o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.
Sintomas
Os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco a vida do paciente. Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles destacam-se os testes sorológicos (Elisa e reação de imunofluorescência), e de punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos.
É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, porque os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc.

Tratamento


Ainda não foi desenvolvida uma vacina contra a leishmaniose visceral, que pode ser curada nos homens, mas não nos animais.

Os antimoniais pentavalentes, por via endovenosa, são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos.

Em segundo lugar, está a anfotericina B, cujo inconveniente maior é o alto preço do medicamento. Uma nova droga, a miltefosina, por via oral, tem-se mostrado eficaz no tratamento dessa moléstia.
A regressão dos sintomas é sinal de que a doença foi pelo menos controlada, uma vez que pode recidivar até seis meses depois de terminado o tratamento.

Recomendações

* Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;
* Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;
* Cuide bem da saúde do seu cão. Ele poderá transformar-se num reservatório doméstico do parasita que será transmitido para pessoas próximas e outros animais não diretamente, mas por meio da picada do mosquito vetor da doença, quando ele se alimenta do sangue infectado de um hospedeiro e inocula a Leishmania em pessoas ou animais sadios que desenvolvem a doença;

* Lembre-se de que os casos de leishmaniose são de comunicação compulsória ao serviço oficial de saúde.
 

Fonte: Gilberto Angelo/Portal Vale do Piancó Notícias
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