Hospital de Piancó pode ser interditado série de irregularidades: "Nunca tinha visto situação tão calamitosa...", disse chefe de fiscalização/CRM
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba
(CRM-PB) realizou, nesta quarta-feira (24), uma inspeção no Hospital Regional
Wenceslau Lopes, na cidade de Piancó, e encontrou diversas irregularidades.
Apenas na sala de urgência, a equipe de fiscalização detectou mais de doze irregularidades, como falta de campo cirúrgico, fiação elétrica exposta, paredes infiltradas, equipamentos sem funcionar, dentre outros. Além disso, no dia da inspeção, exames básicos como hemograma e radiografias não estavam sendo realizados.
Apenas na sala de urgência, a equipe de fiscalização detectou mais de doze irregularidades, como falta de campo cirúrgico, fiação elétrica exposta, paredes infiltradas, equipamentos sem funcionar, dentre outros. Além disso, no dia da inspeção, exames básicos como hemograma e radiografias não estavam sendo realizados.
“Já fiz, pessoalmente, mais de quatro
fiscalizações neste hospital e nunca tinha visto uma situação tão calamitosa, de
completo abandono. Nenhum setor essencial funciona adequadamente”, destacou o
diretor de fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça. Ele acrescentou que a
inspeção foi realizada por determinação do Ministério Público Estadual – comarca
de Piancó.
“Encontramos caixa de papelão servindo de
coletor de objetos perfuro-cortante. Uma seringa utilizada em procedimento era
descartada na caixa de papel ao invés de estar em um coletor. Além disso, não
havia sabonete liquido para higienização e papel, fiação elétrica exposta,
paredes infiltradas, falta de ECG, falta de campo cirúrgico, sala sem
sinalização, portas dos armários fixadas com esparadrapos, ventilador mecânico
sem funcionar, lixeiras sem tampa, ausência de paramentos para médicos,
embalagens sem tampas e sem prazo de validade; cadeira de coleta de sangue
enferrujada”, disse Eurípedes avisando que o prédio está com infiltrações mofos
na estrutura.
Outro problema grave detectado pelo CRM era que
o hospital estava realizando apenas exames de sumário de urina e parasitológico
de fezes. “Como um hospital que atende todo o Vale do Piancó não faz um
hemograma nem um ecocardiograma? A unidade estava realizando o serviço
encontrado em um PSF”, questionou Mendonça. A fiscalização ao hospital foi
solicitada pelo Ministério Público da cidade. “O MP já tinha notificado a
direção do hospital para a correção do problema, mas o prazo já expirou e nada
foi feito. Sem nenhuma providência, o MP solicitou uma vistoria do CRM na
unidade. Vamos confeccionar um relatório e solicitar a interdição da unidade for
falta de condições no funcionamento”, revela o chefe de fiscalização do
CRM.
Eurípedes Mendonça também explicou que irá
recomendar a interdição dos médicos que trabalham no hospital. “Com a nova
Resolução do Conselho Federal de Medicina, as equipes de fiscalização dos
conselhos regionais devem preparar o relatório e enviar à presidência do seu
conselho, que irá decidir sobre a interdição ou não da unidade de saúde”, disse.
O mesmo relatório é enviado ao MPE e à Secretaria de Saúde de Piancó.
“A diretoria do hospital e os gestores públicos
podem resolver as irregularidades antes mesmo que o relatório seja avaliado pelo
plenário do CRM-PB”, acrescentou. Segundo ele, a reunião do plenário deverá
acontecer apenas no próximo mês. Como pontos positivos, a equipe de fiscalização
flagrou operários concluindo reformas na sala de radiologia e realizando pintura
em várias paredes. O atual diretor do hospital é Ruclenato Gomes, ex-secretário
municipal de Saúde, indicado para o cargo pelo prefeito Sales Lima (DEM), após
anúncio de apoio ao governador Ricardo Coutinho (PSB).
Irregularidades encontradas na sala de urgência
do hospital:
- fiação elétrica exposta
- paredes infiltradas
- falta de eletrocardiograma (ECG)
- coletores de perfuro cortantes improvisados e
mal localizados
- falta de campo cirúrgico
- sala sem sinalização
- portas dos armários fixadas com
esparadrapos
- ventilador mecânico sem funcionar
- lixeiras sem tampa
- ausência de paramentos para médicos
- almotolias (recipiente que armazena álcool)
sem tampas e sem prazo de validade
- cadeira de coleta de sangue enferrujada
FONTE: Blog Ricardo Pereira