Trabalhador do corte de cana de Itaporanga morre em SP e família acusa usina de negligência

Sem emprego por aqui, inúmeros trabalhadores deixam o Vale todo ano com destino ao corte de cana no interior paulista: um trabalho forçado e insalubre, do qual nem todos retornam com vida. 

Adalberto Clementino, conhecido como Beto (foto), de 52 anos, foi um deles: o homem faleceu no final da manhã dessa segunda-feira, 28, em um hospital da cidade de Pitangueira, São Paulo, para onde foi levado depois de passar mal. Ele cortava cana em uma usina da cidade desde 2009.


Segundo seus familiares, ele estava doente havia mais de dois meses: queixava-se de fortes dores de cabeça, tontura e costumava desmaiar. Exames feitos pelo trabalhador constataram um problema cerebral, mesmo assim, conforme eles, a usina Viralcool recusava-se a liberar o trabalhador e não providenciou o auxílio previdenciário. “Somente agora é que mandaram buscar os documentos dele para dar entrada no benefício, mas ele continuava trabalhando e não podia vir para casa porque a empresa não liberava”, comentou revoltada um familiar da vítima. "Quem trabalha no corte de cana nesses lugares vive abandonado, não há quem faça nada pelo trabalhador", completou.

Adalberto residia na Rua Marta Batista de Moura, em Itaporanga, era casado e pai de duas filhas maiores. Conforme ainda a família, a empresa também não queiria permitir o translado do corpo para Itaporanga, e foi preciso muita insistência para que ele fosse enviado à cidade, mas ainda não se sabe o horário que os restos mortais do trabalhador devem chegar.

A esposa, as filhas e demais familiares da vítima estão muito abalados: são sentimentos de dor e, ao mesmo tempo, de revolta pelas circunstâncias em que ocorreu a morte.


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