São João sob suspeita na cidade de Patos


Alegando falta de recursos para realizar a festa mais tradicional da cidade de Patos e a principal em se tratando de aglomeração de pessoas e movimentação financeira, a Prefeitura Municipal de Patos resolveu entregar o mega evento a empresa privada Suporte Consultoria, Desenvolvimento e Realização de Projetos LTDA. Estranhamente, essa mesma empresa de pequeno porte conseguiu recursos públicos de forma fácil quando a prefeitura mesmo dispondo de deputado federal, senador aliado e influencias em Brasília disse não conseguir.

A pequena empresa, que nunca realizou tão grandioso evento como o São João de Patos, e que está localizada no Distrito Federal conseguiu no dia 11 de abril de 2013 a aprovação do projeto, estranhamente, bem antes de ter sido anunciado qualquer tipo de alusão ao evento. A empresa conseguiu enxergar o que a Prefeitura Municipal de Patos não conseguiu, ou seja, que através do Governo Federal e seu Ministério da Cultura haveria recursos de sobra para realização do já tradicional São João em Patos. 


A empresa conseguiu a aprovação de 2.336.000,00 (Dois Milhões Trezentos e Trinta e Seis Mil Reais) sem muita dificuldade. Bastou justificar que a festa atenderia mais de 500.000 pessoas e se tratava de um dos eventos mais populares e de resgate cultural. No projeto, enviado para o Ministério do Turismo a empresa também se compromete a não cobrar nenhuma taxa para a entrada do povo no espaço.

Para a quantia de 2.336.000,00 conseguidos pela empresa ficar nas sombras e sem conhecimento evidente, se monta uma operação para dar conhecimento que o São João de Patos não terá gastos dos cofres públicos, pois não se tem recursos sendo necessária à entrega para alguém, ou empresa, que queira realizar a festa com seus próprios recursos e conseguindo por fontes outras.

Como para todos os efeitos se precisaria de uma Câmara de Vereadores submissa e que aprovasse para o poder executivo municipal uma lei que desse para a iniciativa privada a possibilidade de explorar o evento, a prefeitura não teve nenhuma dificuldade, pois os vereadores nem perguntaram se essa história não parecia estranha.

A prefeitura municipal de Patos munida de lei que entrega para uma empresa privada a realização do São João 2013, comunica e comemora o feito de gastar apenas R$ 200.000,00 dos recursos públicos da própria prefeitura. Todo o resto seria gasto por conta da dita empresa que logo elaborou um plano para extrair o máximo de dinheiro com a exploração de todo tipo de arrecadação de forma legal, já que tinha lei dando poderes para isso. Privatização quase total, pois o cunho da justificativa dada ao Ministério do Turismo é de que a festa é de acesso totalmente público do povo.
A questão foi tão escandalosa em busca de recursos que até o Ministério Público, através da promotora Dra. Edivane Saraiva chegou a comunicar que quem levasse seu isopor que levasse vazio. Supõe-se que tudo deva ser consumido onde os donos da festa determinarem com o intuito de se arrecadar recursos.

Espaço de segregação do espaço público e do próprio povo, o chamado “Front Stage” ao preço de R$ 300,00, cotas publicitárias para empresas. Somente um dos bancos da cidade de Patos chegou a participar na cota publicitária com R$ 50.000,00 conforme informações colhidas. Ainda AMBEV, camarotes ao preço de R$ 4.000,00 e até uma empresa de gelo desembolsou montante significativo para que seu produto fosse vendido com exclusividade. Tudo dentro da legalidade é claro.
Mas como uma pequena empresa privada consegue dinheiro público em detrimento de o próprio poder público? É aí que entra os lobistas de Brasília - DF que são experts em conseguir recursos onde dizem não existir. Ao final de tudo, enquanto a ressaca dos cinco dias de São João e de suas grandes atrações é comemorada pelo povo, outros comemoram a arrecadação financeira.

Em contato com um dos representantes da Prefeitura Municipal de Patos, esse disse que o dinheiro aprovado pelo Ministério da Cultura é para captação e por isso pode ser que não seja captado. Mas o fato é que nunca na história desse país uma empresa que teve os recursos aprovados deixou de captar.

Jozivan Antero – Patosonline.com
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