ARTIGO: O cenário atual das mulheres vítimas da violência
A violência
contra as mulheres é sofrida em todas as fases da vida. Muitas vezes ela se
inicia ainda na infância e acontece em todas as classes sociais. A violência
cometida contra mulheres no âmbito doméstico e a violência sexual são fenômenos
sociais e culturais ainda cercados pelo silêncio e pela dor. Políticas públicas
específicas que incluem a prevenção e a atenção integral são fatores que podem
proporcionar o empoderamento, ou seja, o fortalecimento das práticas auto-positivas
e do coletivo feminino no enfrentamento da violência no Brasil.
A cada cinco
minutos uma mulher é agredida. E, de cada dez assassinatos, sete são cometidos
dentro de casa. (organização mundial de saúde 2012).
Diante de toda repercussão alcançada,
principalmente pela mídia, surgiram muitos comentários equívocos, criando-se,
algumas vezes, falsas expectativas, como se, a partir da criação de uma lei
exclusiva para tratar do tema, fosse inverter, de uma hora para a outra, uma rota
histórica da violência. Basicamente por ser a violência resultante de uma
arraigada cultura machista e discriminatória, que subjuga as mulheres, este
problema não se resolve de imediato, num simples passe de mágica pelo poder da
lei.
A lei Maria da
Penha, que protege as mulheres contra a violência doméstica, ainda encontra
obstáculos para punir os agressores e defender as vítimas. Muitas denúncias de
violências no Brasil ficam impunes por falta de provas, por vontade das vítimas
ou por incapacidade do Estado.
Se a lei fosse
cumprida no Brasil teríamos menos vítimas de violência doméstica. Muitas vezes,
a lei Maria da Penha não coloca medo nos agressores, que sabem que ela não será
cumprida.
Vale ressaltar
que a violência doméstica não é marcada apenas pela violência física, mas
também pela violência psicológica, sexual, patrimonial, moral dentre outras,
que em nosso país atinge grande número de mulheres, as quais vivem estes tipos
de agressões no âmbito familiar, ou seja, a casa, espaço da família, onde deveria
ser “o porto seguro” considerado como lugar de proteção, passa a ser um local
de risco para mulheres e crianças.
Chega-se a uma
conclusão que a violência doméstica é a origem da violência que assusta a
todos. Quem convive com a violência, muitas vezes, até mesmo antes de nascer e
durante a infância, acha tudo muito natural, o uso da força física, visto que
para essa pessoa a violência é normal. Com a evidente discriminação e violência
contra as mulheres o Estado interveio através da Lei 11.340/06 – Lei “Maria da
Penha” para coibir os diversos tipos de violência, fazendo então, com que as
mulheres se sentissem mais seguras, resgatando a cidadania e a dignidade dessas
cidadãs que, na maioria das vezes, sofrem caladas.
Autoridades
esse problema não pode ser maquiado, a lei “Maria da penha”, tem que ser mais
ágil e eficaz. Mulheres nos não somos objetos de uso continuo, não tenham medo
de denunciar seus agressores, não me venha com essa justificativa
injustificável, “eu o amo”, primeiro você tem que ter amor próprio para puder
amar o outro. Quem ama mata? Agride fisicamente? Verbalmente? Não mesmo! Mudem
esse discurso, liguem, vá à delegacia da mulher, sei que a lei é cheia de
brechas, lenta, mas vá antes que seja tarde demais.
Porque
violência contra a mulher é crime e isso tem que acabar!
Edlene Bezerra-comunicóloga
e jornalista