Modelo de 256GB da Kingston é o mais falsificado

Modelo de 256GB da Kingston é o mais falsificado

Como você se sentiria se visse uma moto com adesivos de 1000cc, documentos escrito 1000cc e preço muito abaixo do mercado? Uma tentação a comprar, não? E se depois soubesse que a moto na verdade tem apenas 125cc?

Sacanagem? Propaganda enganosa?

Pois é isso que tem acontecido com inúmeros compradores de pen drives e tocadores de mp3 e mp4.

O que tem a ver gadgets com uma moto? A diferença na capacidade real e a anunciada, que pode ser de 8, 16 ou muitas vezes mais.

O mercado (principalmente informal) de artigos eletrônicos tem sido inundado de pen drives, mp3 e mp4 players com origem chinesa e capacidades além das usuais: 64, 128, 256 e até 512 e 1024 GigaBytes em dispositivos pequenos e baratos.

Em camelôs e sites de leilão, são vistos aos montes.

Um amigo me mostrou ontem, em um famoso site nacional de leilões, um pen drive supostamente da Kingston, modelo DT310, de 256 GigaBytes, por 130 reais. Barato? Sim, seria. Se o produto fosse real.

O modelo realmente existe, nessa capacidade, com esta cor. Mas custa muito mais do que isso.

Há dois anos atrás, o golpe era com números menores. O padrão de mercado eram 1 a 2 GigaBytes nos dispositivos e eram vendidos exemplares de 8 e 16 GigaBytes quase pelo mesmo preço. Cheguei a comprar um. E sentir na pele como é ser vítima de um golpe.

Piratas chineses burlam a FAT destes dispositivos, colocando normalmente o valor 8 x maior que o real. Então, no pen drive de 8 GB que eu tinha comprado, só existia de verdade, 1 GB. O Windows mostrava os 8 GB. Mas tudo que era gravado além de 1 GB não era lido.

O golpe é bem feito, a caixa, o modelo, tudo é igual ao original. O que entrega são detalhes no acabamento. E claro, o preço.

Um pen drive de 32 GB da Kingston custa no exterior cerca de 60 dólares. Um de 64 GB, por volta dos 130 dólares. Então como no Brasil seria possível um de 256 GB custar 130 reais, se no exterior o mesmo custa quase 10x mais (por volta de 550 dólares)?

Golpe. Simples assim.

Muita gente não nota porque nem chega a usar a capacidade real do dispositivo. Então para quem usar 2, 3, 10 GB num pen drive destes nem vai sentir a fraude. Mas também será vítima porque o hardware não é da marca que está estampada, e em caso de problema, pode esquecer e jogar fora.

Há no mercado softwares gratuitos que descobrem a fraude, dando o real nome do fabricante e a real capacidade de memória flash disponível, inclusive recuperando o dispositivo para a sua configuração original.

Na dúvida, desconfie de preços baixos. Se comprar um destes em uma loja, devolva e pegue seu dinheiro de volta. Mais vale um dispositivo real, de marca, com 16 GB reais que um falso de 256 GB.

E se for o caso, inclusive procure o PROCON de sua cidade.

Não leve gato por lebre.

Não seja feito de trouxa por um chinês inescrupuloso.

Fonte: Tecnozilla