OFICIAL: Bancários rejeitam reposição da inflação e deflagram greve por tempo indeterminado

Na noite desta terça-feira, 28 de setembro, cerca de 500 bancários presentes à assembleia convocada pelo Sindicato dos Bancários da Paraíba, rejeitaram por unanimidade o reajuste salarial oferecido pelos banqueiros, de 4,29% e deflagraram a greve por tempo indeterminado, a partir da zero hora desta quarta-feira, 29.

"A greve é a resposta dos bancários à postura intransigente dos bancos durante todas as rodadas de negociação", ressalou Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, que presidiu os trabalhos da assembleia. Fizeram parte da mesa, os bancários Marcelo Alves (secretário geral do SEEB - PB), Joseane Guedes (diretoria do SEEB-PB) Samara (Banco Real), Marcos Soares (BNB) e Susana Alves (BB).

A negociação - Os trabalhadores encaminharam às empresas propostas que são fruto de um longo processo de discussões com a categoria em todo o país, aprovadas na 12ª Conferência Nacional dos Bancários. É uma pauta de reivindicações que prioriza reajuste de 11%, valorização dos pisos, PLR maior, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidade, segurança contra assaltos e sequestros e fim da precarização via correspondentes bancários, entre outros pontos.

No entanto, a Fenaban optou por negar o atendimento das reivindicações dos bancários, tanto econômicas quanto sociais, no momento em que o crescimento do PIB pode ultrapassar 7% em 2010. A proposta de reajuste de 4,29%, apresentada pelos bancos na última negociação, que se limita a repor a inflação do período, é uma afronta aos bancários. É inaceitável que o setor da economia que mais lucra não garanta aumento real de salários.

Como se não bastasse, o negociador dos bancos declarou ao jornal O Globo que o reajuste de 11% é "inviável". Dias depois, ele ainda disse na mesa de negociação que esse índice é "exageradamente alto". É muito desrespeito da Fenaban, quando os cinco maiores bancos lucraram R$ 21,3 bilhões apenas no primeiro semestre deste ano. Isso significa um crescimento de 32% na média em relação ao ano passado e uma rentabilidade sobre o patrimônio de 25%.

Esse crescimento das empresas se dá às custas do adoecimento dos bancários, submetidos a um modo de organização do trabalho baseado na imposição de metas abusivas e que favorece o surgimento de casos de assédio moral. Não é à toa que os problemas de saúde mental detêm, segundo dados do INSS, o mesmo nível de incidência na categoria bancária que os distúrbios osteomusculares (LER/DORT), grandes vilões da década de 90.

O Comando Nacional participou de cinco rodadas de negociação, debatendo todos os temas com disposição para construir uma nova convenção coletiva com contrapartidas aos trabalhadores. Enquanto isso, os bancos enrolaram e trouxeram argumentos inconsistentes, apostando no impasse e empurrando outra vez a categoria para a greve. Da mesma forma, os bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa, seguiram a mesma intransigência da Fenaban e não avançaram as negociações específicas.

Se os bancos não entendem outra linguagem para negociar com seriedade senão a força da mobilização, a categoria não irá decepcioná-los. Os trabalhadores estão organizados e prontos para mostrar às empresas todo o seu descontentamento, fazendo uma greve ainda mais forte do que as dos últimos anos.

Assim, os bancários vão novamente à luta para enfrentar a ganância do sistema financeiro, que trata com descaso seus funcionários e clientes, principais responsáveis por seus lucros astronômicos. Um outro banco é preciso, com as pessoas em primeiro lugar.

Mais informações sobre a Campanha Nacional dos Bancários 2010 podem ser vistas no Site do Sindicato dos Bancários da Paraíba: www.bancariospb.com.br.

Assessoria

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