Felipão é o preferido de Ricardo Teixeira para levar seleção ao título do Mundial de 2014

Oito anos depois de conquistar o pentacampeonato mundial, Luiz Felipe Scolari, o Felipão, tem todo o caminho pavimentado para reassumir o comando da seleção brasileira. Experiente e rigoroso na medida certa, Felipão é visto pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, como o técnico ideal para conduzir o time brasileiro ao hexacampeonato, na Copa de 2014, no Brasil. Teixeira não quer correr riscos e, por isso, não medirá esforços para contratar o treinador, que terá o desafio de ser o primeiro a levantar dois títulos mundiais depois do italiano Vittorio Pozzo (nas Copas de 34 e 38).

O acerto entre o técnico gaúcho e o Palmeiras, firmado verbalmente há menos de um mês, não é considerado empecilho pela CBF. Está previsto que ele assine contrato com o clube no próximo dia 15, com duração até 2012. Mas amigos do técnico acreditam que, no primeiro momento, Felipão poderia até vir a acumular o time e a seleção.

A volta do treinador ao Brasil é vista, no comando da entidade, como sinal de que ele já se sente à vontade para reassumir a seleção. Em uma entrevista recente, Felipão chegou a afirmar que consideraria um privilégio encerrar a carreira como técnico no Mundial de 2014, sem se referir, especificamente, ao Brasil.

Felipão disse que não seria necessariamente como treinador, e que servia outra função. Mas, para Teixeira, será como técnico, sim. Felipão é, na visão da CBF, o meio termo entre Carlos Alberto Parreira e Dunga. Na entidade, Parreira foi muito criticado por não ter tido pulso forte na Copa de 2006. Agora, o capitão do tetra recebe críticas pelo excessivo rigor com que comandou a seleção. Além disso, o temperamento explosivo de Dunga causou constrangimentos e problemas à CBF. A fase de Dunga se encerrou nesta sexta-feira.

Na Copa de 2002, depois de um iinício tumultuado nas eliminatórias, Felipão conseguiu mudar de rumo e conquistar a simpatia até de antigos desafetos. Ele formou a Família Scolari, unindo os jogadores em torno do objetivo de ser campeão mundial, sem precisar dificultar o trabalho dos jornalistas e o acesso à informação aos torcedores. Não enclausurou a seleção brasileira - muito pelo contrário, no Mundial da Coreia do Sul e do Japão, a equipe se hospedou em hotéis comuns a jornalistas, transitando até mesmo entre torcedores.

Por trás do projeto Felipão, há muito mais do que a vontade de levar o Brasil a um novo título mundial. Presidente da CBF desde 1989, Ricardo Teixeira quer encerrar seu ciclo em julho de 2014 vitorioso, como tricampeão. Será sua sétima Copa, e a mais importante. Além de superar o ex-sogro e ex-presidente da Fifa João Havelange - bicampeão mundial em 1958 e 1962 -, ele fortaleceria seu cacife para um voo mais alto: a presidência da Fifa.

- Posso perder a Copa de 2010. A Copa que não posso perder é a de 2014 - costuma dizer Ricardo Teixeira.

Repetir o fiasco de 1950 teria um efeito diametralmente oposto: reduziria suas chances de maneira drástica rumo ao trono do futebol mundial. Por isso, com a experiência de quem viveu também dissabores com tantas escolhas equivocadas, Teixeira quer, no comando da seleção brasileira até 2014, alguém que lhe inspire confiança para levar o Brasil ao hexa. A reboque, ele desembarcaria em Zurique, onde fica a suntuosa sede da Fifa, como o nono presidente da entidade - o segundo brasileiro.


Com informações de Antonio Nascimento, Marcos Penido e Tadeu de Aguiar

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