Sepultamento de vítima da cidade de Itaporanga causa comoção

O corpo de Awsângela Alves dos Santos, de 35 anos, que era muito conhecida na cidade, foi sepultado no final da tarde desta quarta-feira, 25, no cemitério de Itaporanga. Ela foi morta na noite anterior com um golpe de faca quando caminhava em um trecho da Rua Deocleciano Pereira, no inicio do bairro Alto das Neves. O executor do crime e um suposto cúmplice foram autuados em flagrante pelo delegado Glêberson Fernandes, que apura o caso, e recolhidos à cadeia local também nessa tarde.


                
Conforme o que foi apurado, Awsângela, que vivia maritalmente com um homem na Rua do Quartel, saiu de casa no começo da noite e foi vista discutindo com o acusado horas antes do crime, conforme testemunhas. Os dois eram usuários de drogas. Mais tarde, segundo populares, quando um Gol passou pela vítima na Rua Deocleciano, a mulher já apareceu agonizando e, em poucos instantes, estava morta.
                
Policiais militares foram mobilizados e alcançaram o carro quando ele seguia para Igaracy, onde residem os dois acusados. O pintor de parede Gilmar Felipe de Sousa, de 44 anos, que já tem passagem pela polícia por roubo, foi o autor da facada, segundo o que apurou o delegado, mas, em depoimento, ele negou o crime e disse que não sabe o que aconteceu porque estava muito bêbado. Gilmar, que reside na Rua Padre Aristides, foi autuado por feminicídio, um novo tipo penal que pune mais duramente o assassinato de mulheres.
                
Já com relação ao segundo preso, o marceneiro José Dantas da Silva, conhecido como Turim, uma referência à cidade italiana, onde viveu por um bom tempo, ele era quem dirigia o carro durante a fuga e também é supostamente o proprietário do veículo. Turim disse que não sabia do crime e que deu carona a Gilmar em Piancó sem imaginar que o homem estivesse fugindo da polícia, mas seus argumentos não convenceram o delegado: ele, que é primário e de bons antecedentes, foi autuado por coautoria na prática do crime e também encaminhado à cadeia. Seu veículo se encontra apreendido.
                
Awsângela Alves deixa dois filhos adolescentes, com idade entre 13 e 16 anos, que são criados pelos avós. Sua mãe de criação, conhecida como dona Terezinha, moradora da Rua 13 de Maio, em Itaporanga, estava inconformada com o fim trágico da menina que amou tanto e deu muitas chances na vida, mas a droga destruiu tudo: desfigurou a mulher em todos os sentidos, física e moralmente. Doente pela dependência química, trocou a família pelas ruas, perdeu a dignidade e a própria vida. Foto: amigos e familiares se despediram comovidos de Awsângela.

Folha do Vali
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