Agricultora pobre de Itaporanga ameaçada de perder seu pedaço de chão para Igreja fazer capela


Há mais de 11 anos, a agricultora Josefa Monteiro mora e planta em um pequeno pedaço de terra na agrovila Jesus Cristo, mas, contraditoriamente, é por causa da própria Igreja que a mãe de família está ameaçada de perder grande parte do terreno que recebeu como doação do advogado Titico Pedro.

Josefa reside com seus filhos menores em um casebre na área, onde também planta nos períodos de inverno. Mãe solteira, criou todos os seis filhos sozinha e em meio a muito sacrifício, mas o pior momento de sua vida é agora, quando vê seu único e pequeno patrimônio prestes a ser tomado. Ela não tem escritura da terra porque nunca pode pagar o cartório, e possui somente um documento de doação. “Chegaram aqui, fizeram umas medições e vão tomar conta de tudo”, comentou chorosa.

A questão é que a Igreja planeja construir uma capela em um terreno acima do de Josefa, e, para ter acesso ao templo, uma estrada está sendo aberta e vai passar exatamente dentro da área da agricultora, tomando a maior parte da gleba.

Desesperada, ela faz um apelo ao padre para que desista dessa construção ou procure um meio de evitar a invasão de sua área, local de sua morada e de onde tira parte do sustento da família através da criação e do cultivo. No momento que o mundo católico é comandado por um Papa que conclama à sua Igreja a acolher os pobres, atender ao apelo dessa cristã parece o caminho justo.

A agrovila fica a cinco quilômetros da cidade de Itaporanga, às margens da BR-361, e hoje tem dezenas de famílias, e Josefa foi uma das primeiras moradoras. Por causa de sua condição de mãe solteira e sem renda suficiente, passando por dias de muitas privações, Josefa Monteiro é acompanhada há anos pela fundação humanitária José Francisco de Sousa na luta por seus direitos, de benefício previdenciário a auxílio alimentar.


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