Devedores do BNB se reunirão neste sábado(01) em Conceição para debaterem solução para as dívidas com o banco
A fundação
Sinara Magaldy, presidida pelo ex-vereador Sales Lima e o vereador atual
Vicente Ramos estão à frente de uma reunião com agricultores com dívidas no
Banco do Nordeste. O objetivo da reunião é colher assinatura dos devedores para
que seja enviado ofício para a presidente Dilma Roussef, pedindo a extinção da
dívida para agricultores com débitos até 100 mil reais.
Na reunião
estarão presentes o presidente da Associação dos Mutuários dos Devedores do
Banco do Nordeste e o padre Djacy Brasileiro, que é defensor incansável do
homem do campo.
A reunião
acontecerá no Plenário da Câmara dos Vereadores da cidade de Conceição e deverá
contar com um número grande de agricultores endividados no banco do Nordeste.
O deputado
Trócolli Júnior (PMDB) repercutiu, nesta terça-feira (28), durante sessão na
Assembléia Legislativa da Paraíba (ALPB), artigo do radialista Antônio Malvino
criticando o fato do Governo Federal ter anunciado o perdão de R$ 900 milhões de
dólares em dívidas dos países Africanos e não faz o mesmo com os agricultores
do Nordeste que podem perder suas propriedades por conta de dívidas com os
nacos estatais, a exemplo do BNB (Banco do Nordeste).
Trocolli disse
que é "ganância dos bancos" para com os agricultores nordestinos é
absurda. Segundo o deputado, se o governo pode perdoar as dívidas dos países
africanos, por que não poder adotar a mesma postura com o nordestinos. “Isso
não vai quebrar a nação”, disse.
O deputado
também pediu que o editorial fosse colocado nos anais da Casa de Epitácio
Pessoa.
Veja o artigo
na íntegra abaixo:
PERDÃO LÁ E
COBRANÇA CÁ
Antonio Malvino – 27-05-2013
Antonio Malvino – 27-05-2013
O governo do PT, ao longo dos últimos 10 anos, tem dado uma atenção mais que especial em sua política externa aos países da África. Foram incontáveis as viagens que o ex-presidente Lula fez àquele continente, perdoando dívidas de nações pobres contraídas junto ao Estado brasileiro e não está sendo diferente com a sua sucessora – Dilma Roussef.
A presidenta,
em sua terceira visita à África desde que tomou posse no cargo, anunciou na
Etiópia, no último final de semana, onde participou como convidada especial das
comemorações dos 50 anos da União Africana, a anulação de 900 milhões de
dólares em dívidas de países do continente. Dos 12 que terão seus débitos
perdoados, os principais beneficiados serão a República do Congo, com uma
dívida de 352 milhões de dólares cancelada, e a Tanzânia, com 237 milhões de
dólares.
É um volume
maior do que as dívidas contraídas por pequenos agricultores brasileiros junto
a bancos oficiais – que há muito lutam por um perdão ou mesmo uma negociação
flexível, com juros baixos e correção mínima, mas não conseguem nada do
governo. Se eles fossem africanos – e não nordestinos como são a maioria, já
estariam perdoados. O que está acontecendo é que grande parte dos devedores
está sendo executada judicialmente e vai perder tudo que deu de hipoteca, como
a propriedade, casa, máquinas e até animais domésticos.
Isso está
acontecendo até em pleno período de seca, uma das mais violentas dos últimos 50
anos na região Nordeste. Pequenos proprietários rurais estão já cansados de
tanto fazer protesto e pedir ao governo que ponha um freio na ganância dos
bancos, mas quase nada é feito para amenizar a situação. Pergunta-se: Porque o
Governo tem condições de perdoar mais de 2 bilhões de reais de dívidas de
países africanos – e não faz o mesmo com os débitos dos agricultores, que estão
sem a mínima condição de pagar seus financiamentos agrícolas obtidos junto ao
Banco do Nordeste, Banco do Brasil e demais bancos oficiais?
Será que o
país iria quebrar?
Claro que não.
Afinal, o Brasil tem dinheiro de sobra para socorrer e financiar obras em
países como Cuba, Bolivia, Venezuela, Haiti e tantos outros da África e porque
não tem para atender questões internas? Alguém pode alegar que uma coisa não
tem nada a ver com a outra, porque se trata de uma questão política externa,
mas tem sim, porque a lógica manda só atender os de fora quando os de casa
estiverem protegidos e em situação confortável. Não é esse o nosso caso. Assim
sendo, para o governo brasileiro é melhor matar a fome de um africano do que
encher a barriga de um pobre miserável nordestino. Vá lá entender de gestão
pública.
Sábado tanto o
ex-vereador Sales Lima, quanto o atual vereador Vicente Ramos, assim como o
padre Djacy Brasileiro e o presidente da Associação, Jair Pereira irão orientar
os agricultores, que lutam para permaneceram com suas terras e terem seus
débitos perdoados.
Segundo o
ex-vereador Sales Lima, o PT não tem coração, pois a presidente precisaria
entender que o sertanejo teve seu rebanho quase todo dizimado pela seca e os
agricultores não podem pagar as dívidas, pois há tempos que o sertão atravessa
uma seca muito grande. Com isso, os agricultores não tiveram produção.
Por outro
lado, o vereador Vicente Ramos alega que a presidente, através de Decreto Lei,
suspendeu todas as ações de cobrança contra os agricultores, porém o banco não
está respeitando a lei e todos os dias chegam ações de cobranças no Fórum da
Comarca da cidade de Conceição.
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