Pagando promessa: Prefeito Nilson Lacerda abriu mão de salário de R$ 16 mil para construção de casas populares em Conceição
O município de Conceição, com quase 19
mil habitantes, está vivendo desde janeiro passado momentos diferentes com seu
novo prefeito, Nilson Lacerda (PSDB).
Pólo de microregião, dentro do Vale do
Piancó, Conceição ainda é uma cidade de contrastes sociais fortes e muitas
famílias ainda moram de maneira precária, mas a postura do novo prefeito está
mudando a rotina dos moradores e especialmente um de seus atos, oficializado na
manhã de ontem (15), está gerando muitos comentários na cidade e até em outras
regiões.
Cumprindo uma promessa, revelada ao
assumir o mandato, o prefeito abriu mão do salário à que tinha direito como
Chefe do Executivo Municipal, no valor de R$ 16 mil, e o destinou para reforço
financeiro na construção de casas populares.
Ao fim do mandato, o dinheiro que seria
destinado para pagamento do salário do prefeito terá ajudado na construção de 48
casas populares. Uma iniciativa louvável e pioneira. No paralelo, o prefeito
enviou para a apreciação da Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 09/2013 que
cria o Programa Subsídio em Casa Popular, junto com pedido de autorização para
crédito especial no valor de R$ 200 mil para esse objetivo.
O salário será doado durante os quatro
anos de governo. Acumulado, o valor soma R$ 768 mil. Dinheiro que será usado
para a construção de 48 casas populares para famílias de baixa renda da cidade.
de acordo com o projeto aprovado pela Câmara Municipal a seleção das pessoas
aptas a serem beneficiadas pelo programa será precedida de cadastro a ser
realizado pela Secretaria Municipal da Ação Social.
O PL Nº 09/2013 foi aprovado durante a
sessão desta segunda-feira (15), pelos parlamentares-mirins. Mas, em sua fala o
presidente da Casa, vereador Marcílio Lacerda (PSDB), disse que há um obstáculo
para se construir casas em Conceição devido não existir terrenos públicos
disponível para esse fim, pois, segundo o edil, cerca de 90% do patrimônio que
deveria ser público está e poder de uma fundação controlada pela Família Braga.
"Mas a prefeitura não vai medir esforços para adquirir terrenos e cumprir com
seus objetivos", afirmou Marcílio.
Durante a discussão da matéria, o
vereador oposicionista Luís Paulino [que era vice-prefeito até dezembro do ano
passado] disse que era uma opção que o gestor estava fazendo de abdicar do seu
salário, já que o prefeito permanecerá percebendo seus vencimentos como servidor
público da Receita Estadual. O presidente da Casa disse, logo após, que esta não
era verdade dos fatos e citou como exemplo o próprio Luís Paulino que percebia
dois salários, como vice-prefeito e servidor público estadual, deixando a
opinião pública em dúvida quanto ao assunto.
Na mesma sessão, a Câmara aprovou
também o Projeto de Lei nº 10/2013, que define critérios para os Débitos de
Obrigações Consideradas de Pequeno Valor para o município. Um requerimento
estabelecendo parcelamento com um limite de no máximo R$ 10 mil para pagamento
de precatórios também fora apresentado e aprovado pela Casa. O presidente
Marcílio informou que existe precatórios de uma única pessoa orçado em mais de
R$ 900 mil e, por isso, a edilidade não tem como arcar com esses
pagamentos.
A medida se faz necessária para que uma
decisão judicial não pegue de surpresa o município ao liberar de uma única vez
pagamentos de precatórios em valores costumeiros como R$ 100 mil, R$ 200 mil,
etc, que atrofia as contas públicas com o seu bloqueio. "Então temos que evitar
possível colapso nas contas públicas e, com isso, estabelecemos uma quantia com
a qual a prefeitura possa quitar", pontuou Marcílio. O texto foi aprovado sob
regime de urgência urgentíssima.
Rpscom