ARTIGO: Nepotismo nas Prefeituras e Câmaras Municipais geram polêmicas nas cidades do interior da Paraíba
A polêmica
enunciada é antiga e reascendeu a partir da reforma constitucional promovida
pela Emenda Constitucional n° 19/1998 que elevou os Secretários Municipais, a
categoria de agentes políticos.
A verdade é
que na prática pouca coisa mudou especialmente nos pequenos municípios onde,
por razões óbvias, o comando da administração municipal continua enfeixado nas
mãos do Prefeito, e a maioria dos Secretários Municipais não tem autonomia para
decidir sobre os assuntos em respectivas pastas.
O Supremo
Tribunal Federal aprovou em agosto de 2008, súmula vinculante que proíbe a
contratação de parentes de autoridades e de funcionários para cargos de confiança,
de comissão e de função gratificada nos três poderes, no âmbito da União, dos
Estados e dos Municípios.
Essa Súmula
deu início a uma série de denúncias e ações civis propostas pelo Ministério
Público em diversas regiões do País, e vem causando um verdadeiro tormento aos
agentes políticos que pelos mais variados motivos vêm contratando e nomeando
parente para exercer cargos sob seu comendo ao argumento de que necessitam de
pessoas de sua confiança.
A súmula ficou
com o seguinte texto: “A nomeação do cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral, ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento para o exercício do cargo em comissão ou de
confiança, ou ainda de função gratificada na administração pública, direta ou
indireta, em quaisquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,
e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola
a Constituição”. Fonte: Supremo Tribunal Federal.
É lastimável
saber que pessoas sem competência ocupam cargos importantes puramente por ser
família do prefeito ou de vereador. Conheço prefeituras que parece mais empresa
familiar do que órgão de gerência pública.
Para controlar
essa prática deplorável no sertão paraibano é realmente necessária a
intervenção do Ministério Público. O dinheiro que as prefeituras recebem não é
para abastecer os bolsos e cofres dos parentes do prefeito, mas para investir
na cidade. A ação do Ministério Público deve ser enérgica e radical. Fora ao
apadrinhamento! As cidades sertanejas precisam de pessoas competentes, que
lutem pelo desenvolvimento do município.
Muitas vezes,
somos levados a acreditar na aparência das coisas e das notícias (o lucro da
mídia que se alimenta das fofocas da vida alheia é um exemplo desta realidade).
Mesmo na Universidade – centro do mundo científico, não raras vezes, podemos
incorrer em erro ao transformar determinadas "aparências", ainda que
chamadas de científicas (teorias), em verdades constantes para os
universitários; É preciso pensar e meditar, estudar e analisar a complexidade
do objeto cognoscível, isto é ter responsabilidade para com a informação e a
educação da população.
Quando nos
depararmos com notícias sobre nepotismo, pensemos um pouco mais além dos laivos
para podermos formular juízos de valor; é o mínimo que se espera das pessoas
comprometidas com a verdade, a ética, a moral e a Justiça.
Edlene Bezerra- comunicóloga e jornalista
Edlene Bezerra- comunicóloga e jornalista
Natural de Santana dos Garrotes\PB.