Namorado da professora executada a tiros narra detalhes da perseguição e morte da vítima

O agricultor Amadeus Cosmo, de 38 anos, namorado da professora Auridélia Inácio da Silva, de 33 anos, executada a tiros em Itaporanga no final da tarde do domingo, 26, e principal testemunha do crime, prestou depoimento ao delegado Cristiano Santana, que apura o caso.

Amadeus, que reside em Conceição e tinha chegado recentemente de Petrolina, onde trabalha, conduzia a professora em uma moto pela rodovia PB-386, quando o casal foi perseguido e a mulher terminou morta com dois tiros no rosto pelo ex-namorado, o boaventurense Francisco Martins Félix Filho, que foi preso em flagrante e está recolhido à cadeia de Itaporanga.

A professora, que residia no sítio Fazenda Nova, município de Santa Inês, retornava para casa com o namorado depois de fazer as provas do concurso público da Prefeitura de Conceição, que designou parte dos candidatos para Itaporanga em função do grande número de inscritos.

Conforme o depoente, o casal começou a ser perseguido a partir do sítio Vaca Morta, onde o acusado trabalhava como vigilante em uma tecelagem: foram 2,5 Km de aflição e agonia, um caminho sem volta para a professora. Em uma moto bem mais potente, o autor do crime não demorou para alcançar a motocicleta onde Auridélia e o namorado trafegavam. Na tentativa de se livrar da perseguição, Amadeus entrou em uma propriedade do sítio Gangorra, onde um grupo de pessoas encontrava-se, mas, ao forçar a passagem, jogando a moto contra uma cancela de madeira, a vítima caiu, momento em que Francisco chegou e disparou dois tiros no rosto da mulher. Segundo a testemunha, ela ainda implorou para não ser morta, mas, impiedosamente, foi alvejada a queima-roupa.

Muito abalado emocionalmente, Amadeus disse ao delegado que nada pode fazer para salvar a namorada, e se tivesse ficado no local também teria morrido. Temendo por sua própria vida, ele seguiu na moto, mas horas depois do fato apresentou-se à delegacia para prestar depoimento.

O homem contou também que Auridélia havia terminado o namoro com o acusado há mais de um ano e ninguém imaginava que ele fosse capaz de tamanha brutalidade. Amadeus também já tinha namorado a vítima anteriormente, reativando o relacionamento depois de sua chegada de Petrolina, meses atrás.

Mãe de dois filhos de um relacionamento antigo, a professora era uma figura muito querida na comunidade onde vivia. Sonhava com dias melhores e, movida por esse desejo, veio a Itaporanga fazer o concurso público para se efetivar no magistério, mas seus planos e sonhos de felicidade ficaram por aqui mesmo, tingidos de sangue e terra.

Preso em flagrante pela Polícia Militar no local onde trabalhava, para onde retornou depois do crime, Francisco foi autuado por homicídio qualificado e porte ilegal do revólver calibre 38, que também não tem registro. Ele está recolhido à cadeia local, três horas após do fato, disse que perdeu a cabeça ao ver a mulher por quem ainda nutria sentimento ao lado de outro homem.

Conforme o delegado Cristiano Santana, que se surpreendeu com a frieza e perversidade do homicida, um outro inquérito policial será aberto para apurar a origem da arma utilizada pelo vigilante para matar a professora.

Folha do Vali

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