Em assembleia, servidores do Judiciário decidem mater greve da categoria na Paraíba
Os técnicos, analista e auxiliares do Poder Judiciário da  Paraíba realizaram a segunda assembléia da categoria na tarde de ontem (8), para  definir os rumos do movimento, depois da proposta apresentada pela presidência  do Tribunal de Justiça.
Após horas de reunião, a categoria decidiu pela  continuidade da greve, recusando o reajuste proposto pelo TJ de 6% nos  vencimentos. Este seria dividido em duas parcelas de 3% para os meses de agosto  e novembro deste ano.
“É muito pouco. Na prática o reajuste equivale a  aproximadamente R$100 no contracheque”, afirma José Ivonaldo, membro do comande  de greve. Ele explica que “de acordo com as informações coletados pelas  entidades representativas das categorias (ASTAJ-PB E ASSTJE-PB) em conjunto com  a assessoria do DIEESE, a capacidade de reajuste do TJ é maior do que a  divulgada pelo órgão. Os dados demonstram que o Tribunal pode conceder o  reajuste pleiteado na ordem de 15% e mesmo assim continuar com dentro dos  patamares exigidos por lei quanto a gastos com pessoal”.
Já para Celso  Batista, presidente da ASTAJ-PB, Associação dos Técnicos, Analistas e Auxiliares  do Poder Judiciário da Paraíba, outros elementos da pauta de reivindicação  apresentada pelas entidades, tais como a elaboração de um novo plano de cargos e  carreiras para os profissionais do judiciário paraibano, entre outros, ficaram  sem definição.
Para Amarílio Leite, presidente da ASSTJE-PB, Associação  dos Servidores da Secretária do Tribunal de Justiça da Paraíba, o diálogo  precisa ser acelerado para evitar maiores transtornos à sociedade: “atualmente  audiências estão deixando de ocorrer nos fóruns da capital e interior; processos  não estão sendo movimentados nos cartórios; intimações deixam de ser cumpridas,  entre tantos outros procedimentos judiciais. O judiciário paraibano encontra-se  paralisado, trazendo prejuízos a sociedade, principalmente aos segmentos mais  pobres”.
PEDIDO DE ILEGALIDADE DA GREVE
O pedido de ilegalidade  formulado pela procuradoria geral do estado, ainda não foi apreciado pelo  próprio TJ. As entidades que deflagraram o movimento questionam esse pedido: “a  culpa pela manutenção da greve não pode e nem deve ser atribuída aos grevistas  que estão tão somente exercendo um direito assegurado na própria Constituição  Federal”, afirma Celso Batista.
Os representantes da categoria  informaram que estão prontos para impetrar um recurso, caso o movimento seja  considerado ilegal.
Amarílio Leite afirma que todas as medidas para se  evitar a greve foram tomadas, porém não restou outra alternativa com a falta de  diálogo por parte do TJ. “São 33 dias de greve, desgastantes, de custos altos  para as entidades representativas das categorias e do próprio aparato do  judiciário, contudo, necessários devido ao pouco avanço nas negociações”,  completa.
Os líderes do movimento afirmam que vão continuar o diálogo  com a direção do Tribunal, e já marcaram uma nova rodada de negociações para a  próxima segunda-feira (12).
SOBRE A GREVE
A decisão de  cruzar os braços por tempo indeterminado foi tomada no dia 26 de maio, quando a  categoria realizou uma assembléia e um dia de paralisação de advertência. A  greve foi iniciada no dia 7 do mês passado, com adesão de 90% dos  servidores.
Entre as principais reivindicações da categoria estão a  reposição salarial de 15% referente às perdas salariais entre o período de 2007  a início de 2010, um aumento de 33,32% por causa da expansão na jornada de  trabalho e um novo plano de cargo, carreira e remuneração.
Na Paraíba  existem 213 varas (cartórios) distribuídas em 78 comarcas. A estimativa é de  que, em média, cerca de 800 audiências por dia deixam de ocorrer no  estado.
Com a paralisação mais de 390 mil processos ativos em todo o  estado da Paraíba, entre os penais, cíveis e de juizados especiais, deixam de  ser movimentados. Em grande parte das comarcas a distribuição de novas ações  está suspensa.
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