Maranhão arrisca carreira política na disputa para a reeleição ao governo

No dia 3 de outubro próximo, o político José Targino Maranhão (PMDB), nascido em Araruna, a 6 de setembro de 1936, vai se submeter a um teste de fogo: quebrar o recorde de longevidade à frente do governo da Paraíba. Atualmente ele ocupa o terceiro mandato.

Na primeira vez, foi investido no cargo em setembro de 1995, com a morte do ex-senador e ex-deputado federal Antonio Mariz, de quem era vice. Em 1998, concorrendo contra o então deputado Gilvan Freire, que atualmente opera na sua articulação política, Maranhão obteve a maior votação proporcional do país, cerca de 877.852 sufrágios, contra 175.234 do concorrente mais próximo.

Em 2006, colecionou sua única derrota, perdendo a disputa ao Palácio da Redenção, em segundo turno, para Cássio Cunha Lima (PSDB), mas bateu às portas da Justiça alegando que o pleito fora manipulado à custa de abusos de poder político e econômico. No dia 18 de fevereiro de 2009, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato de Cunha Lima e mandou o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) dar posse ao segundo colocado, tendo como vice o então vereador Luciano Cartaxo, do Partido dos Trabalhadores, em João Pessoa. O terceiro mandato de Maranhão produziu uma reviravolta no mapa político estadual, colocando-o como alternativa natural à reeeleição este ano, o que atrapalhou as pretensões de Ricardo Coutinho, então prefeito de João Pessoa, filiado ao PSB e outrora aliado de Maranhão, e do prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital, filiado ao PMDB. Maranhão exercia o mandato de senador quando foi chamado a retornar ao Executivo. Sua trajetória começou como deputado estadual em 1954, pelo PTB. Era considerado, à época, o mais jovem deputado do país. Foi escolhido para vice de Mariz vencendo uma queda de braço com os Cunha Lima, que queriam indicar o deputado estadual Carlos Dunga.

Em 1998, para ser ungido candidato, teve que enfrentar os Cunha Lima em duas convenções. Na primeira, em abril, o engenheiro Haroldo Lucena, apoiado por Maranhão, derrotouo senador Ronaldo Cunha Lima na luta pela presidência do PMDB. Ganhou por 211 votos a 205. Em junho, na convenção para a homologação do candidato a governador, Maranhão obteve 232 votos contra 185 obtidos por Ronaldo, que se lançou candidato, tendo como vice o deputado federal Armando Abílio, hoje no PTB e aliado de Maranhão. O vice de Maranhão foi Roberto Paulino, representante da cidade de Guarabira, no Brejo. O grupo Cunha Lima tentou derrubar a candidatura de Maranhão no "tapetão", apelando para ações judiciais em série, mas perdeu todas as batalhas. Maranhão saiu consagrado nas urnas, e os Cunha Lima migraram, depois, para o PSDB. O confronto, agora, se dá com Ricardo Coutinho, que rompeu com Maranhão e aliou-se aos Cunha Lima e ao Democratas, do senador Efraim Morais, indicando este como candidato à reeleição, juntamente com Cássio. A aliança Cunha Lima-Ricardo já forçou o senador Cícero Lucena, presidente estadual do PSDB, a renunciar à pré-candidatura ao governo, alegando falta de apoio, e liberando seus correligionários a tomarem a decisão que quiserem, enquanto, pessoalmente, ele mantém neutralidade. Maranhão teve seu mandato cassado como deputado federal, no período do regime militar, sob o pretexto de ter sido signatário de um manifesto de criação da Frente Parlamentar Nacionalista, que incomodava aos donos do poder e dos atos de exceção. À frente do "Maranhão III", ele executa um governo de reconstrução e tem se empenhado, também, no equilíbrio fiscal.

Ultimamente, tem sido criticado pela oposição por recorrer a pedidos de empréstimos, mas explica que a contratação desses empréstimos junto a instituições como BNDEs é garantida devido ao lastro financeiro que o estado possui. Na prática, a bancada oposicionista, mesmo sob protestos, tem dado aval a Maranhão para contrai-los.

O Norte

Nenhum comentário:

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Tecnologia do Blogger.