Falsas notícias. Por: Drº José Araújo Sobrinho
Havia um tempo em que comentários
inverídicos eram tratados candidamente como boatos, fofocas, futricas ou
fuxicos. Pareciam inofensivos e não geravam maiores consequências.
Esse mesmo tempo deparou-se,
posteriormente, com a industrialização e profissionalização desses atos.
Evidenciava-se, portanto, o comportamento indecente e nefasto de alguns
indivíduos. A massificação das plataformas digitais instigou a disseminação de
ódio, da injúria, da calúnia e até da violência. O manto do anonimato tem
servido de álibi para expor a covardia, a fúria e a falsidade.
Abrigar a mentira para denegrir
o próximo, descaracterizar os fatos, incentivar a discórdia e contestar a
verdade; é despir-se da dignidade e racionalidade. Abandonar a condição humana.
Afirmam os historiadores que a
mentira data de Adão e Eva quando ela disse ao Criador: a serpente me enganou,
e eu comi. Antiga é a maldade humana.
Tem-se lançado mão da ciência
através dos robôs e da inteligência artificial para a multiplicação e
distribuição desses malfeitos com uma velocidade indomável. Em boa hora as
autoridades jurídicas passaram a investigar tais práticas delituosas. Em função
do interesse econômico as mídias sociais também estão monitorando os conteúdos
publicados.
Esse pessoal adepto do discurso
do ódio deve ter lido o exemplar Por Que Mentimos (Os Fundamentos Biológicos e
Psicológicos da Mentira) de David L. Smith. O autor discorre sobre aspectos dos
comportamentos humano e animal: o engano faz parte de nossa natureza, assim
como faz parte da natureza das outras espécies. Mentir é um fenômeno natural.
O dramaturgo e poeta alemão
Bertold Brecht foi enfático: aquele que não conhece a verdade é simplesmente um
ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira , este é um criminoso.
Por. José Araújo Sobrinho