Em Piancó, oposição quer que MP peça esclarecimentos a vereador do PT sobre “roubo na Prefeitura”

Passados cinco meses de uma fala polêmica do vereador Pádua Leite (PT) na tribuna da Câmara de Piancó é que o conteúdo do seu discurso ganhou repercussão, inclusive estadual, depois que parte do pronunciamento do parlamentar mirim, que é aliado do prefeito, foi parar na internet.

Em fala no dia 10 de setembro do ano passado, Pádua, que é líder do gestor municipal na Câmara, afirmou claramente e em tom de normalidade que “o prefeito rouba”, assim como os demais políticos mandatários, segundo ele, pela necessidade de comprar o voto do eleitor, porque, conforme disse o parlamentar mirim, o povo só vota por dinheiro, e o político é obrigado a roubar para comprar votos.

Na gravação, o vereador critica a conduta da população, afirmando que quem precisa criar vergonha é o povo, porque motiva, conforme disse, o político a roubar, criando um círculo vicioso. No tempo em que o discurso foi feito, a oposição não atentou para a gravidade das palavras do vereador líder do prefeito, mas, depois da repercussão do caso, alguns vereadores oposicionistas pretendem levar o fato ao Ministério Público (MP) para que o parlamentar mirim preste esclarecimentos a cerca de suas afirmações de que o prefeito Sales Lima está “roubando a Prefeitura” para gastar o dinheiro com o eleitorado.

Em participação telefônica nessa quarta-feira, 2, em um programa de rádio, o vereador Pádua negou as declarações e disse que a fala atribuída a ele é uma montagem. No entanto, os vereadores da oposição que estiveram na sessão testemunharam que o conteúdo da gravação foi exatamente o que o parlamentar mirim disse na tribuna. O assunto deve dominar a sessão prevista para a noite desta quinta-feira.

A polêmica ocorre poucas semanas depois de uma outra, e de repercussão nacional. Foi o bafômetro adquirido pelo presidente da Câmara para evitar a entrada no recinto legislativo de vereadores embriagados, mas o equipamento nunca foi utilizado e o dinheiro público terminou sendo empregado em algo inútil.