TERREMOTO ALEGRE: Iniciativa da Fundação e solidariedade popular deram novos passos a quem já não podia andar

A manhã deste sábado, 21, vai ficar marcada na vida do jovem Cláudio Claudino de Lima, o conhecido Terremoto. Foi o instante que ele desprezou e esqueceu uma companheira de dez anos: a muleta. Tanto tempo de convivência, e bastaram alguns minutos para o tubo de ferro que sustentava seu corpo ser escanteado.

Mas, o que parece ingratidão com a muleta é, na verdade, um passo firme em direção a uma melhor qualidade de vida. Terremoto, que sofre de uma deformidade óssea rara e já não podia andar, recebeu nessa manhã sua cadeira motorizada, que custou pouco mais de 7,7 mil reais. É muito dinheiro, mas bem maior é o benefício que proporciona.

O instrumento, movido à bateria, é uma tecnologia moderna e permite que ele se locomova para qualquer lugar dentro da cidade: algo ideal para Terremoto, que é um rapaz ativo e carismático, embora ainda resida em um local periférico e de difícil acesso em Itaporanga, uma rua conhecida como Rabo da Gata.

A cadeira foi resultado da solidariedade da população local. A Fundação José Francisco de Sousa iniciou a campanha e, através de um bingo, realizado no dia 8 de janeiro, arrecadou a quantia livre de 5,02 mil reais. O empresário Teté Pereira doou 500 reais e a advogada Loloza Figueiredo, uma das grandes defensoras da causa social no município, entregou com o dinheiro que faltava: mais de 2 mil reais. Foi ela própria que comprou e encaminhou a cadeira de João Pessoa para Itaporanga.

A ideia do instrumento motor nasceu em um momento de desesperança. Durante seis meses, a Fundação encaminhou Terremoto para vários especialistas, e todos foram unânimes no diagnóstico: não há qualquer possibilidade de intervenção cirúrgica. Na última e definitiva consulta, veio o desengano: o médico foi sincero, e Terremoto entristeceu-se, mas, no momento, surgiu a ideia de uma cadeira que pudesse transportá-lo para qualquer lugar, o que o fez retomar a alegria e a autoestima, duas nobres características de sua personalidade.

Finalmente, três meses depois do relâmpago de desesperança, o sol de um novo tempo na vida de Terremoto brilha sem data para se apagar. Uma conquista na qual ele foi o guerreiro principal: das quase 2.400 cartelas vendidas, ele foi o responsável por mais da metade das vendas. Foto (www.folhadovali.com.br): Terremoto a desfilar em sua cadeira e com um largo sorriso no rosto.

Folha do Vali

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