Diazepam para cortar efeitos do crack: profissionais do sexo de Itaporanga estão se viciando em medicamento

As carências materiais e afetivas e a desilusão com a vida fizeram a jovem (foto) entrar na prostituição, e os males da prostituição a levaram às drogas, onde busca refúgio para os tormentos, frustrações e humilhações. Mas à equação perigosa do álcool, maconha e crack soma-se uma outra droga: o Diazepam, medicamento voltado ao tratamento da tensão nervosa e ansiedade. “Eu tomo o remédio para tirar a perturbação que fica na cabeça depois que uso droga: só assim consigo dormir”, disse ela à reportagem do www.folhadovali.com.br.
A jovem conta que o Diazepam virou moda entre as meninas que se prostituem em Itaporanga. “Todo mundo toma”, enfatiza. Apesar de ser um medicamento controlado, ela diz que não precisa de receita médica para conseguir o remédio.
A combinação de tantas drogas e uma vida de sofrimentos e riscos fazem de uma jovem de apenas 20 anos uma mulher de aparência lastimável. Durante alguns meses, viveu com um homem, mas era espancada por ele e terminou a relação. As marcas da convivência estão por todo o seu corpo, mas ainda não cicatrizaram em sua alma.
Sem instrução nem qualificação profissional e viciada em droga, a jovem não vê outro caminho para sua vida: entrou na vereda da prostituição e nela parece ter se perdido para sempre. Não quer volta à casa do pai, que já vive com outra mulher. A saudade da mãe e dos filhos são doses a mais de sofrimento no seu triste cotidiano.
Como muitas outras mulheres que vivem do comércio sexual, ela sonha em ganhar muito dinheiro e melhorar de vida, mas os 30 reais que ganha por programa esvai-se no pagamento das drogas que consome para fugir de si mesma e deixar menos amargo o gosto da realidade.
Sem qualquer apoio do poder público, principalmente no que se refere à orientação e tratamento de saúde, ela e demais colegas vivem relegadas aos recantos sociais imundos e violentos, onde a única visita estatal constante é a polícia. Na quarta-feira, 11, A.S.C., sob efeito de álcool, envolveu-se em mais uma confusão e passou a noite em um xadrez da delegacia de Itaporanga. Ela foi liberada na manhã dessa quinta-feira depois de assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Foto: A.S.C. durante depoimento na delegacia.
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