ONG divulga lista dos 40 maiores "inimigos" do jornalismo
A organização não-governamental internacional Repórteres Sem Fronteiras divulgou nesta segunda-feira (3), dia internacional da liberdade de imprensa, seu relatório anual com os “predadores” da prática jornalÃstica. No levantamento, a ONG lista 40 indivÃduos ou organizações “poderosos, perigosos, violentos e acima da lei” que tratam a imprensa como um inimigo e promovem ataques diretos a jornalistas.
O relatório não lista nem indivÃduos, nem organizações brasileiras como predadores da imprensa. Também não está listado o presidente venezuelano Hugo Chávez, sobre quem pairam acusações de impedir o trabalho da imprensa ao não renovar concessões a redes de televisões e ordenar o fechamento de veÃculos.
A lista de "predadores" traz alguns dos mais importantes lÃderes globais, como Mahmud Ahmadinejad, presidente do Irã; Kim Jong-il, lÃder norte-coreano; Vladimir Putin, primeiro-ministro russo; Hu Jintao, presidente da China; e o prÃncipe Abdallah, monarca da Arábia Saudita. Entre as entidades, estão as Forças de Defesa de Israel e o grupo separatista basco ETA.
Além da lista, a Repórteres Sem Fronteiras divulgou um ranking mundial da liberdade de imprensa com 175 paÃses. O Brasil melhorou 11 posições do ano passado para este ano e ocupa agora o 71º lugar da lista. Dividem a primeira colocação Dinamarca, Finlândia, Irlanda, Noruega e Suécia. Segundo a ONG, não há ameaças à liberdade de imprensa nesses paÃses.
A última posição do ranking ficou com a Eritreia, seguida da Coreia do Norte, Turcomenistão, Irã, Birmânia, Cuba, Laos e China (veja a lista ao final do texto). Entre os paÃses latino-americanos, o México e Colômbia obtiveram as piores posições (137º e 126º, respectivamente) e o Uruguai a melhor (29º). Os principais critérios adotados na lista foram a violência contra jornalistas e a adoção de medidas, por parte do poder público e/ou entidades particulares, que limitem a liberdade de imprensa.
Israel está entre os paÃses que mais caÃram no ranking, saltando da 46ª posição para a 93ª. A ONG credita a queda ao impacto que a ofensiva contra a faixa de Gaza trouxe à imprensa. Durante a ofensiva, as tropas israelenses mataram três jornalistas e feriram cerca de 20. Além disso, aumentou a censura aos meios de comunicação e os casos de detenções ilegais de repórteres, de acordo com a entidade.
Em contrapartida ao caso israelense, o relatório anual destaca a subida no ranking dos Estados Unidos --que pularam do 36º lugar ao 20º-- causada pelo "efeito Obama", que possui uma "abordagem menos agressiva do que seu antecessor [George W. Bush]", destaca a ONG.
Contudo, a entidade acusa os EUA de não conferirem o mesmo tratamento dado internamente à imprensa nos paÃses em que mantêm tropas militares (Iraque e Afeganistão). Segundo a Repórteres sem Fronteiras, vários jornalistas foram presos e feridos por militares norte-americanos.
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