PT: um processo de humilhação
| O PT da Paraíba está passando por um processo de humilhação que decididamente não merecia. Paparicado em 2006 pelo então candidato ao governo José Maranhão, o partido fechou uma aliança, cabendo-lhe nas negociações o direito de indicar o candidato a vice. Foi o que fez. Recaiu a escolha no nome de Luciano Cartaxo, que era vereador da Capital, líder do prefeito Ricardo Coutinho, e que na época tinha boas chances de concorrer à Assembleia Legislativa. Maranhão e o PMDB nem discutiram a indicação porque sabiam o quanto precisavam do apoio petista. Lula estava – como ainda está – em alta, marchava para uma reeleição garantida e atuava muito nos estados como cabo eleitoral dos candidatos aliados do PT. A coligação perdeu as eleições daquele ano, mas em 2009 conseguiu vencer a disputa no tapetão. Maranhão assumiu o governo e Luciano foi empossado como vice. Durante todo o tempo em que rolou o processo na justiça eleitoral, tanto o PT quanto Luciano foram peças importantíssimas para finalmente se chegar à decisão do TSE. Petistas de alto coturno, como o ex-presidente Ricardo Berzoini, estiveram o tempo todo engajados na briga judicial para convencer os ministros da corte eleitoral de que a eleição na Paraíba havia sido fraudada. Resolvida esta parte, no dia 18 de fevereiro do ano passado, instalou-se o novo governo. Desde o início já se percebia que Luciano Cartaxo era um vice sem muito prestígio. Bom cabrito, ele, porém, resolveu não berrar. O partido também fez de conta que não via nada. Estava em curso uma disputa interna entre os grupos do deputado federal Luiz Couto e do deputado estadual Rodrigo Soares. Maranhão, pressentindo a ligação entre Couto e Ricardo Coutinho, tomou o partido de Rodrigo e passou a cooptar petistas para que o apoiassem na disputa pela presidência estadual do PT. Luciano foi leal a Maranhão o tempo inteiro e trabalhou duro para eleger Rodrigo Soares. Tinha como certo que a indicação de seu nome para a reeleição seria pacífica. Se duvidasse de alguma coisa, poderia até ter iniciado um trabalho político com vistas a obter uma vaga na Assembleia Legislativa. Bom, o tempo correu e agora Luciano e o PT estão chorando pelo leite derramado, já que não há a menor chance de que o atual vice-governador venha a figurar na chapa dos sonhos de Maranhão. Ele já disse e repetiu que o vice é de Campina Grande. Aliás, disse isto numa entrevista tendo ao lado o próprio Luciano. Depois, numa outra solenidade, omitiu na saudação o nome do petista, que não pôde esconder o constrangimento. O processo de humilhação da sigla está na reta final. Os articuladores do Palácio pensam em oferecer a Luciano uma hipotética suplência de senador. Chega a ser um deboche. O mais curioso, porém, é que mesmo descartado, como coisa já usada e sem mais serventia, o PT continua mudo, cabisbaixo, com o rabo entre as pernas. Por: Clério Nunes |
Nenhum comentário:
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.