Açudes da Paraíba perdem 18,4% de sua capacidade em um ano

O ano de 2010 foi de chuvas abaixo da média na Paraíba. As poucas precipitações, além de causarem perdas nas lavouras e escassez na comida do rebanho, também provocaram a diminuição gradativa da água armazenada pelos açudes e barragens do Estado. Para se ter uma ideia, entre os meses de novembro de 2009 e novembro deste ano, os reservatórios paraibanos perderam mais de 580 milhões de metros cúbicos de água, o que representa cerca 18,4% do índice que armazenavam.

Em novembro do ano passado, de acordo com dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA), quando somados todos os volumes, os açudes paraibanos armazenavam aproximadamente 3,1 bilhões de m³ de água, enquanto que hoje esse quantitativo caiu para cerca de 2,5 bilhões de m³. Em alguns municípios, a água dos açudes deu lugar à lama e à aridez da estiagem, como no caso de São José do Sabugi, na região do Sertão do Estado. Lá, o açude ‘São José IV’, que possui capacidade para 554.100 m³ de água, encontra-se atualmente com apenas 5,3 mil m³ (1% de sua capacidade).

Dos 121 monitorados hoje pela AESA, outros 6 reservatórios estão com índices inferiores a 20% de sua capacidade, nos municípios de Areia, Barra de São Miguel, Monteiro, Riacho de Santo Antônio, Tavares e Teixeira; e outros 50 estão com um quantitativo de água entre 20% e 50% de sua capacidade. Localizado na cidade de Puxinanã, o açude Evaldo Gonçalves (Milhã) é um desses exemplos. O local abriga hoje somente 33,7% (270.207m³) de sua capacidade, que é de 802.684 m³, conforme a Aesa.

Para os especialistas, além das poucas chuvas, o calor intenso pode ter contribuído para a evaporação das água e, por consequência, a diminuição nos índices de armazenamento de água dos açudes e barragens paraibanos. Em Puxinanã, de acordo com a AESA, o acumulado de chuvas deste ano não ultrapassou até agora a marca de 590 milímetros; quando a média de precipitações anual no município é superior a 800 milímetros.

“Nós estamos em uma situação muito difícil. A água daqui a gente tira para tudo. Dar comida aos animais, tratar dos afazeres domésticos, tomar banho. E daqui pra o final do ano o que a gente vê é que deve secar ainda mais”, comentou o agricultor Antônio Albuquerque, que reside a menos de 50 metros do açude. O reservatório já foi usado por décadas para abastecer a cidade, mas nos últimos anos devido às variações climáticas serve apenas para a criação de gado e como fonte de água de comunidades próximas.

Além disso, grande parte dos municípios da região estão sendo abastecidos com a ajuda de carros-pipa e alguns deles já decretaram situação de emergência por conta da ausência de precipitações. “A situação do brejo é a mais crítica porque os açudes não atendem mais a demanda do crescimento da população e dos empreendimentos lá existentes. Hoje nós temos um cenário na Paraíba em que choveu uma média de 50% abaixo do que era esperado. E no Brejo, onde haveria historicamente bons índices de precipitações não ocorreu”, diagnosticou Isnaldo Cândido.


Para os especialistas, caso não volte a chover as condições de abastecimento de água podem ficar ainda mais críticas. “O açude Epitácio Pessoa em Boqueirão, que foi construído em 1950 para abastecer toda a região de Campina Grande, hoje continua abastecendo e com uma população e uma demanda bem maior”, alertou o engenheiro da AESA. Atualmente o açude de Boqueirão, como é conhecido o Epitácio Pessoa, abriga 81% de sua capacidade (com 333 milhões de m³ de água), e pode armazenar até 411 milhões de m³.


Além disso, grande parte dos municípios da região estão sendo abastecidos com a ajuda de carros-pipa e alguns deles já decretaram situação de emergência por conta da ausência de precipitações. “A situação do brejo é a mais crítica porque os açudes não atendem mais a demanda do crescimento da população e dos empreendimentos lá existentes. Hoje nós temos um cenário na Paraíba em que choveu uma média de 50% abaixo do que era esperado. E no Brejo, onde haveria historicamente bons índices de precipitações não ocorreu”, diagnosticou Isnaldo Cândido.


Para os especialistas, caso não volte a chover as condições de abastecimento de água podem ficar ainda mais críticas. “O açude Epitácio Pessoa em Boqueirão, que foi construído em 1950 para abastecer toda a região de Campina Grande, hoje continua abastecendo e com uma população e uma demanda bem maior”, alertou o engenheiro da AESA. Atualmente o açude de Boqueirão, como é conhecido o Epitácio Pessoa, abriga 81% de sua capacidade (com 333 milhões de m³ de água), e pode armazenar até 411 milhões de m³.

Em todo o Estado, de acordo com a Defesa Civil estadual, mais de 130 municípios estão sendo abastecidos com carros pipa e pelo menos 80 já tiveram os decretos de situação de emergência homologados, sendo 42 localizados no Sertão paraibano. “A nossa grande luta nesse momento é fazer com que essas cidades possam ter acesso a recursos de combate à seca, como a operação pipa e outras ações que possam melhorar a vida dessas populações. Com os decretos de emergência, os gestores podem ter mais facilmente essas ferramentas e é por isso que temos feito um acompanhamento sistemático das ações”, frisou o coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Sinval Pinheiro.

As poucas e invariáveis chuvas registradas este ano no Estado, de acordo com a meteorologista da AESA, Marle Bandeira, teriam sido provocadas, entre outros fatores, pelo fenômeno conhecido como El Niño. No entanto, a previsão climática para o próximo ano será elaborada na ‘I Reunião de Análise e previsão Climática para o setor Norte do Nordeste do Brasil – ano 2001’, que acontecerá nos dias 16 e 17 de dezembro, no auditório da AESA, em João Pessoa.


Reservatórios menores enfrentam dificuldades

Embora os grandes centros urbanos sejam abastecidos com a água dos grandes reservatórios, como o açude Epitácio Pessoa, que abastece Campina Grande; e a Barragem de Coremas, que fornece água para dezenas de cidades do Sertão do Estado; os índices baixos encontrados nos mananciais de pequeno porte também preocupam os meteorologistas e as populações de dezenas de municípios.


Dos seis que registram níveis inferiores a 20% de suas capacidades, todos possuem capacidade de armazenamento menor do que 10 milhões de m³.

“Hoje nós temos uma situação ainda confortável quando analisamos os principais açudes do Estado, os grandes reservatórios. Mas mesmo assim é preciso que a população esteja consciente de que não tivemos um bom ano de chuvas e é necessário economizar a água que temos hoje armazenada. O problema maior, entretanto, está nos açudes e barragens menores, que não possuem capacidade de armazenamento da água e acabam secando mais rapidamente”, disse um dos engenheiros da AESA.

Na cidade de Tavares, no Sertão do Estado, o açude Novo II, que possui capacidade para armazenar 706 mil m³ de água e sangrou no ano passado, hoje está com pouco mais de 128 mil m³, o que representa 18,2% de sua capacidade.

Já em Cachoeira dos Índios, o reservatório ‘Cachoeira da Vaca’ abriga hoje 42% (142 mil m³) de sua capacidade, que é de 339.1 mil m³ de água. Mas a situação também é grave no Agreste do Estado.

Em Areial, por exemplo, o açude Covão que serve de fonte de abastecimento para a cidade e possai capacidade para armazenar cerca de 672 mil m³ de água, atualmente abriga apenas 40,4% desse quantitativo (271 mil m³).

Os moradores do município não escondem o medo de que a estiagem registrada este ano também se repita nos próximos doze meses de 2011.

“Pra muita gente que vive da agricultura de lá da cidade é muito difícil saber que, se não voltar a chover, a situação pode ficar muito complicada. Na zona rural, a realidade e a escassez de água é ainda maior”, relatou o estudante universitário Euclides Oliveira, cuja família reside no município.


Redação com Vitrine do Cariri

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