Agricultores do Vale estão comprando água para evitar que rebanho morra de sede
A falta d’água castiga várias comunidades rurais do Vale. Com os açudes secos, os animais estão passando sede e também não há o que comer. A estiagem deste ano está sendo considerada uma das piores de todos os tempos. As chuvas não alcançaram 30% do volume pluviométrico médio de 2009, que foi de 1.300 milímetros na região.
Uma das comunidades rurais mais afetadas é o sítio Espera, município de Serra Grande, onde os agricultores estão sendo obrigados a comprar água para não ver os seus animais dizimados pela sede. Um carga d’água de um carro pipa com 7 mil litros é comprada a 100 reais.
Falta água também para o consumo humano. A necessidade tem sido suprida pelo Exército, que vem abastecendo as comunidades mais afetadas, mas o fornecimento é precário e limitado.
Na cidade, a população também já sofre as consequências da seca. A Cagepa tem realizado constantes racionamentos. O açude Cafundó, um dos principais reservatórios do município, está com apenas 38% de sua capacidade, que é de 313,6 mil metros cúbicos.
Diante da situação calamitosa, os agricultores de Serra Grande estão pedindo socorro ao poder público municipal e estadual. Eles querem que o governo custei a despesa com a compra d’água para os animais e amplie o abastecimento para o consumo humano na zona rural. “A gente tem deixado de comprar alimentos para casa para poder comprar água para os animais, mas não sei até quando vou suportar essa situação”, disse um pequeno agricultor à Folha.
Conforme ainda ele, o prefeito serragrandense, João Bosco, e os vereadores locais não têm buscado solução para, pelo menos, amenizar o problema das comunidades rurais atingidas pela estiagem. Os agricultores cobram ainda providências do governo estadual, que também está omisso, segundo eles.
Centenas de animais, notadamente bovinos, já morreram de fome e sede no Vale nos últimos seis meses. Os pequenos produtores são os mais prejudicados porque não têm condições de comprar água nem pasto suficiente para o rebanho.
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