Sargento Gean rebate acusação de tortura e que a mãe da vítima pode ter sido induzida a denúncia falsa. "Não houve nada disso, é inverdade!"


Semana passada a notícia de que um cabo da Polícia Militar do destacamento da cidade de Santana dos Garrotes teria torturado um homem dentro da cadeia pública, que poderia deixá-lo paraplégico, chocou a Paraíba.

O caso ocorreu no domingo (10) e veio à tona após denúncia feita por Terezinha Vito Cirino, ao ouvidor da SED, Mário Júnior, de que seu filho Adaílton Cirino, 34 anos, após se envolver numa briga no centro da cidade havia sido torturado pelo cabo Manoel Ferreira da Silva, mais conhecido por "Manoelzinho". Segunda a denúncia o sargento Antônio Gean de Araújo, comandante do destacamento, e o cabo José Ivanildo da Silva, conhecido por ‘Calango”, são acusados por omissão.

O delegado regional de Polícia Civil, de Itaporanga, Ivaldo Dias instaurou inquérito e o tenente-coronel José Carlos, comandante do 3º BPM-Patos, determinou o imediato recolhimento do cabo, além da capitã Kelma Simone, comandante da 5ª Cia/PM-Itaporanga, após reunião, na quinta-feira (14) com o sargento Gean, seguir determinação superior afastando todo o destacamento, em torno de seis policiais, para a apuração dos fatos.

Pois bem, nesta segunda-feira (18) o sargento Gean (foto) em contato com o Blog Ricardo Pereira trouxe sua versão quando esclarece que tudo que foi narrado pela mãe de Adaílton Cirino, "Não aconteceu". Segundo ele, após receber uma solicitação de um senhor conhecido por Geraldo Margela, para uma ocorrência de desordem por embriaguez praticado por dois cidadãos, um deles Adaílton Cirino. O sargento diz que houve resistência à prisão resultando em luta corporal com Adaílton. "Ao chegarmos ao local, já fomos recebidos com socos e pontapés por Adaílton Cirino.

Após cinco minutos de luta corporal, rolando pelo calçamento, conseguimos imobilizá-lo e removê-lo, nos braços, até a cadeia pública. Chegando lá pedimos ao agente penitenciário Delcídes Brasileiro para abrir uma das celas pois o preso estava muito exaltado. Depois acionei a autoridade policial para o procedimento legal: B.O de ocorrência, auto de resistência, etc.", afirmou.

O sargento Gean refuta a versão de que teria havido tortura. "Essa versão onde a mãe do infrator frisa que seu filho foi torturado, nada disso se concretiza. Apenas nas prisões onde há resistência nós usamos de meios necessários, a força física como foi usada após muita luta corporal já que o cidadão tem um porte físico elevado", explica. De acordo com informações do PM, Adaílton Cirino chegou há poucos dias em Santana dos Garrotes, vindo de São Paulo onde trabalhava no corte de cana. Inclusive, diz o sargento, que as dores sentidas nas pernas por Adaílton pode ter sido causado por efeito colateral após uso de medicamento. "Levamos ele pra cadeia nos braços porque se queixava de problemas nas pernas.

Segundo informações quando eles trabalham no corte de cana tomam medicamento para criar resistência e quando chegam aqui ingerem bebida alcoólica, causando efeito colateral. Por isso ele se queixava de cãibras. E como disse que não conseguia se locomover até a cadeia o levamos nos braços", pontua.

Ele rebate ainda a versão de que o cabo "Manolezinho" teria jogado no chão a comida que a mãe teria levado para o filho. "Nada disso aconteceu porque os pertences dos presos são entregues ao agente penitenciário", disse. Com relação às lesões nos braços e no rosto de Adaílton, o sargento diz que foi ocasionado devido a luta corporal. "Não usamos da tática de espancar ninguém nem torturar. Na ocorrência havia dois acusados de desordem e o outro não sofreu nenhum empurrão da polícia porque não reagiu à prisão. O contrário de Adaílton Cirino. Ora, numa luta corpora sai lesionado o policial, quanto mais o infrator, não tem como evitar".

Para tanto, o sargeno Gean alega que existe três presos na cadeia pública local em regime fechado e que nunca houve qualquer tipo de violência contra os mesmos. Noutro momento, ele desfaz a versão de que Adaílton havia sido torturado dentro da cela, pelo cabo "Manoelzinho". "O cabo Manoelzinho não chegou nem a entrar no xadrez. Quem conduziu o preso fui eu e o soldado Targino (que estava de folga). O cabo "Manoelzinho", determinado por mim, ficou consertando a maçaneta da porta da viatura danificada durante a ocorrência", afirmou.

O sargento Gean declarou que a mãe de Adaílton pode ter sido induzida à fazer uma denúncia falsa. "Para a mãe dele dar aquele depoimento ela deveria ter acompanhado tudo e ela não estava presente. Não houve espancamento nem tortura. O que mostra que todo o depoimento é falso. Inverdade! Acho que ela foi instruída por alguém para dar esse depoimento falso. Mas nós vamos apurar os fatos e iremos provar que nada disso aconteceu. Vai ser provado, ao final do inquérito, que essas acusações não são verídicas e iremos mover uma ação contra a mãe do infrator por nos acusar de um fato que não aconteceu", garante o sargento.

Quando indagado sobre Dr. Geneton ter confirmado a gravidade da agressão, após ter atendido-o, o sargento disse que o laudo médido será feito em Campina Grande onde Adaílton foi atendido. "Com certeza o laudo vai dizer que não houve nenhuma agressão na parte inferior do infrator", pondera. Ao final, o sargento Gean diz que tudo será esclarecido com a conclusão do inquérito: "Não gosto de fazer injustiça com ninguém nem gosto de ser injustiçado. Estou dando um depoimento verdadeiro dos fatos porque a injustiça não pode prevalecer.

O cabo Manoel não pode pagar por uma coisa que ele não fez. Eu estava à frente do serviço e esses fatos não aconteceram. A justiça vai apurar com rigor e vai esclarecer tudo isso", concluiu.
Fonte: Blog Ricardo Pereira

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