Luiz Couto quer PF investigando grupos de extermínio para evitar pressão política de envolvidos

Em entrevista a CBN João Pessoa, nesta quinta-feira (07.01) pela manhã, o deputado federal Luiz Couto (PT) revelou que levará ao Superior TRibunal de Justiça (STJ) a entrevista do secretário da Defesa Social, Gustavo Gominho, que apontou a existência de grupos de extermínio na Paraíba para pedir que a Polícia Federal assuma as investigações.

Na entrevista, Couto lembrou que foi a PF quem identificou o plano para matar o corregedor da Polícia paraibana, que é um delegado federal. Segundo o deputado, já houve vazamento de informação e as pessoas que estariam envolvidas nesses crimes já estariam atuando politicamente para não serem envolvidas ou citadas em inquéritos.

Para Luiz Couto, só a PF pode investigar com mais liberdade as denúncias. Luiz Couto considerou que a estimativa do secretário Gominho, de que foram 300 crimes em dez anos, está abaixo dos seus dados. "Só em um levantamento que fiz de 2003 a 2005, teve 168 casos de pessoas executadas com características de extermínio. Naquela época, haviam pelo menos 150 agentes públicos envolvidos. Essas pessoas foram recrutadas pelo crime organizado. Nesse aspecto, o número de pessoas mortas é muito maior, assim como o de envolvidos, que chega a 122, desde mandantes, financiadores e diretamente envolvidos nos crimes", declarou Couto.

Segundo ele, a admissão pública da existência da atuação de grupos de extermínio é um passo importante que foi dado por Gustavo Gominho, mas espera apuração concreta dos episódios: "Acho importante esse reconhecimento, mas não basta só reconhecer. É preciso dar um passo adiante. É preciso designar um delegado - e há delegados novos que têm condições efetivas de investigar - e usar um sistema de inteligência para apurar profundamente o caso", disse ele, acrescentando que vai levar as novas informações ao Superior Tribunal de Justiça para reforçar seu pedido de federalização das investigações.

"Vamos levar esse fato todo ao STJ pedindo à relatora que dê o parecer favorável e conceda a autorização para que os crimes de extermínio no país todo tenham suas investigações federalizadas", resumiu.


Hermes de Luna

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